sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Baixinho mas com um grande coração.


Quando pensamos em corredores, logo imaginamos caras altos, magros (ou muito fortes) e com pernas super compridas. Pois é, esse é o biótipo mais comum dos corredores, mas existe um brasileiro que ainda teima em contradizer esse estereótipo.
Nascido em Currais Novos, Rio Grande do Norte em 04/06/77, com apenas 1 m 66 cm, Vicente Lenílson começou a correr “tarde” e totalmente por acaso.
Vicente era mecânico de motos em sua cidade natal. Quando perdeu o emprego, seu pai pediu que tomasse um rumo na vida, que escolhesse algo de bom para fazer. Como muitos brasileiros, Vicente resolveu tentar a sorte nos campos de futebol, sonho que durou muito pouco.
Se encantou com um corredor que treinava em volta do campo, em uma pista de corrida. Logo foi falar com o treinador daquele corredor e começou a treinar. No inicio não levaram muita fé no novo atleta, mas os resultados logo começaram a aparecer.
Com vitórias em campeonatos locais, começou a chamar muita atenção. Foi quando seu treinador o mandou para o Rio de Janeiro, treinar com uma forte equipe carioca. Mas para sua surpresa, foi muito mal recebido: “Você é o Vicente Lenílson (...) você é a metade do que eu esperava”.
Foram meses de “geladeira”, deixado totalmente de lado, o atleta potiguar resolveu voltar para casa e continuar seus treinos junto de seu antigo técnico e perto de sua família.
Nesse momento, já era um atleta conhecido no meio, um velocista de primeira linha e logo surgiu outro convite para mudar de cidade para treinar, dessa vez o destino era São Paulo. Por causa da antiga experiência, Vicente foi totalmente desconfiado, mas ao contrario da primeira viagem, ele foi recebido de braços abertos.
Daí para frente começou a colecionar títulos e fez parte de uma das equipes mais vitoriosas da história do atletismo brasileiro. Foi quando surgiu o famoso revezamento 4x100m que rendeu uma medalha de prata em Sidney e 2 medalhas de Ouro nos Jogos Pan-Americanos (Santo Domingos 03 e Rio 07).
Vicente hoje esta com 31 anos e a beira de mais uma Olimpíada. Com sua vaga assegurada desde o ano passado, Lenílson pode treinar muito e já teve bons resultados neste ano de 2008. O 5° lugar na prova dos 60m, no mundial indoor em Valência neste ano, lhe rendeu mais um recorde Sul-Americano e também um bom destaque na prova.
Em Pequim vamos poder ver esse baixinho em ação mais uma vez, provavelmente a sua ultima participação olímpica, mas com certeza em grande estilo, quem sabe com uma final no 100m e também no revezamento 4x100m!

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