sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Quanto frágil nós somos?

Sabe quando você começa a ler uma reportagem, e não acredita? Continua lendo, e de repente se flagra soltando aquele palavrão e socando a mesa? Pois é, foi minha reação a ler a notícia que será dada agora.
Juliana, parceira de Larissa, se LESIONOU e está fora dos Jogos Olímpicos de Pequim. Há poucos dias atrás a dupla foi notícia aqui no BLOG OLÍMPICO justamente por terem conseguido a tão esperada vaga para os Jogos.
A dupla do vôlei de praia brasileiro, favorita para brigar pelo ouro na China, viu em Paris (França) esse sonho desmanchar. No Grand Slam de Paris, outra etapa do Circuito Mundial, Juliana e Larissa disputavam uma partida contra uma dupla Holandesa, quando no segundo set a atleta brasileira torceu o joelho.
A torção foi séria. Tão séria a ponto de encerrar o jogo e saírem para um hospital. Exames pré-eliminares foram feitos, inclusive uma ressonância para ver o que ninguém queria ver. O rompimento do ligamento anterior cruzado.
Todos nós brasileiros de alguma forma, somos especialistas nesse tipo de lesão (de tanto ver nossos jogadores de futebol se machucando, caso típico, Ronaldo), não precisamos esperar por outros exames para que possamos fazer o diagnostico. Se o ligamento está realmente rompido, Juliana deve passar por uma cirurgia e depois são de 6 a 8 meses de recuperação.
Esse tipo de problema nos faz pensar como é frágil a condição de um atleta que em muitas vezes é visto como sinônimo de saúde e vitalidade, como uma imagem de Super-Heróis, invencíveis. Ver como o trabalho de anos pode desaparecer em segundos é simplesmente terrível.
Como às vezes é injusta a vida, como é cruel.
Fiquei tão triste com essa notícia, por que acompanhei desde o ano passado a evolução da dupla, lendo sempre sobre elas e principalmente vendo toda a seriedade que a dupla estava encarando este ano, mesmo sendo favorita a vaga e também a medalhas, elas abdicaram de muita coisa.
Larissa terá a oportunidade de competir às olimpíadas mesmo sem sua parceira, isso por que, ela possui pontos suficientes para ir a Pequim (sistema de classificação internacional, através de um ranking), mas fica a dúvida, com quem?
A Confederação Brasileira de Vôlei, (segundo o site UOL Esportes) já providenciou o retorno da dupla para o Brasil, para fazer mais exames na Juliana e também para decidir junto a Larissa os próximos passos.
Agora será esperar mas me pergunto, será que Larissa vai conseguir ir a Pequim sem sua parceira? Pergunto isso, por que elas não são apenas parceiras. São amigas, como irmãs. Elas trabalham e vivem juntas, no centro de treinamento que construiram em Pernambuco (terra natal da dupla) com o dinheiro dos prêmios conquistados através dos circuitos, nacional e internacional, para assim poder treinar com melhor nível e qualidade.
Como é frágil a condição de um atleta... Não consigo nem imaginar a tristeza de Juliana e Larissa neste momento, torço para que elas tenham forças, por que como atleta, consigo muito bem me identificar com a situação, mesmo nunca tendo passado por isso.
Li um livro uma vez, sobre a história de Evander Holyfield, onde, em sua infância sofrida, cheia de perdas, sua avó, velha sábia, disse:
“Deus nos dá um fardo, com o peso que podemos agüentar e nada a mais”.
Boa sorte a vocês, esse é o apelo deste Blog, que infelizmente não consegue apenas trazer notícias boas.

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