sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O verdadeiro retorno - parte 2.


Chego a raia olímpica da USP lá pelas 7 horas da manhã. Estava fazendo uns 13 graus de temperatura, e um ventinho já começava a soprar. Não tinha sol, estava nublado, com cara de chuva.
Resolvi ficar um pouco sozinho, queria curtir cada segundo daquele dia que sabia que seria especial. Sentei-me na margem da raia, todo agasalhado (literalmente encapotado) para me proteger do frio.
Fiquei observando os barcos passando e tentando esvaziar a mente. Depois de uns 40 minutos sentado ali, sozinho, levantei e fui me aquecer. Difícil se aquecer naquele frio todo, mas depois de alguns minutos o corpo finalmente entrou em calor.
Depois disso era encarar o vento e os adversários.
O sistema de classificação é simples, os 10 barcos foram divididos em duas baterias com 5 barcos cada. O primeiro de cada bateria se classifica direto (sem necessidade de uma repescagem). Os outros disputam uma repescagem para completar os 6 barcos que irão para a final.
Dos 10 barcos inscritos, apenas 8 compareceram. Os dois desistentes foram do clube Pinheiros, um por trabalho e outro por um acidente que afetou sua saúde. Dessa forma, a repescagem seria realizada em uma única bateria classificando os 4 primeiros.
Estava na bateria mais complicada, com remadores fortes, experientes e melhores treinados que eu no momento. No fundo queria classificar direto, mas ao ver meu amigo e ex-parceiro de clube, Renan de Castro voando baixo na saída, sabia que seria difícil pegar-lo, ainda mais com um vento contra que já soprava bem forte.
Não deu outra, classificação para o Renan e repescagem para mim, algo que já era esperado.
Cerca de 1 hora depois da eliminatória fui disputar a repescagem. Tinha que ficar entre os 4 primeiros para ir para a sonhada e desejada final do Campeonato Paulista.
O vento estava soprando bem mais forte que antes.
Foi dada a largada e o antigo rival do Clube Pinheiros, hoje muito mais amigo do que rival (ou “inimigo”) e favorito para vencê-la a prova, saiu forte, já buscando o primeiro lugar. À contrário da eliminatória larguei mais cadenciado, preocupado para não me desgastar demais.
O Jairo fechou em primeiro e eu fiquei com a segunda colocação com um barco de desvantagem para o vencedor.
Depois de 2 descidas de raia, de muito suor e força classifiquei para a final do dia 17, continuando o sonho de retornar bem a prova que mais gosto de competir.
Minha torcida? Estava lá como sempre, marcando e incentivando cada remada, e como não podia deixar de ser, com muito bom humor depois da prova. Obrigado a todos, sei que não é fácil levantar cedo em um sábado de frio! Semana que vem tem mais...
OBS: Dedico à regata de ontem e todas as outras a minha mãe, por que sem ela nada disso seria possível. O sonho continua vivo, mãe... Obrigado por tudo... E feliz dia das Mães!!!

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