
Pode-se atrelar o sucesso de um país em determinado esporte a uma simples gestão inteligente.
Quando se tem pessoas que pensam para frente, consegue-se modificar a história e também distorcer todos os problemas e injustiças.
Bom, serei mais claro, estamos falando, mais uma vez, sobre remo. Desde o dia 16 até o dia de ontem foi realizado na Polônia, a última classificatória olímpica, onde algumas vagas sobressalentes foram colocadas em disputa.
Quando me referi à gestão esportiva, queria justamente colocar em paralelo com o que vi nesse campeonato classificatório para Pequim. Ou melhor, o que não vi, principalmente tratando-se de Brasil.
Vou me apegar para explicar meu ponto de vista em três países, que vivem momentos semelhantes no Remo. Brasil, Argentina e Portugal.
O Brasil conseguiu este ano classificar 4 barcos, feito importantíssimo para o esporte, principalmente por ter conseguido classificar barcos em 100% das vagas disponíveis para a America Latina.
Quando se tem pessoas que pensam para frente, consegue-se modificar a história e também distorcer todos os problemas e injustiças.
Bom, serei mais claro, estamos falando, mais uma vez, sobre remo. Desde o dia 16 até o dia de ontem foi realizado na Polônia, a última classificatória olímpica, onde algumas vagas sobressalentes foram colocadas em disputa.
Quando me referi à gestão esportiva, queria justamente colocar em paralelo com o que vi nesse campeonato classificatório para Pequim. Ou melhor, o que não vi, principalmente tratando-se de Brasil.
Vou me apegar para explicar meu ponto de vista em três países, que vivem momentos semelhantes no Remo. Brasil, Argentina e Portugal.
O Brasil conseguiu este ano classificar 4 barcos, feito importantíssimo para o esporte, principalmente por ter conseguido classificar barcos em 100% das vagas disponíveis para a America Latina.
A Argentina, por sua vez classificou 2 barcos, dois Single Skiff’s, masculino e feminino, sendo que no masculino com Santiago Fernandes, que na última olimpíada conquistou a 4° colocação, classificou-se via mundial em 2007.
E Portugal, que se pode dizer que em termos de remo, é um “país latino” dentro da Europa, até ontem não tinha conseguido nenhuma vaga.
Cenário montado, vamos lá, aonde quero chegar.
Nas olimpíadas o remo tem um grande espaço, até por ser um esporte muito tradicional que está presente desde a primeira olimpíada da era moderna em 1896. São no total, juntando o Masculino e o Feminino, 16 medalhas de ouro há serem disputadas, com certeza um fator determinante para a corrida no quadro geral de medalhas.
Mas essa tradição toda pertence à Europa e alguns outros países, como EUA, Canadá, Austrália, China, etc. Países asiáticos, latinos-americanos, africanos não têm a menor chance e são absurdamente discriminados em oportunidades de classificação.
Para se classificar para os Jogos, a FISA (Instituição Internacional responsável pelo Remo), “montou” classificatórias olímpicas por zonas (continentais), os famosos pré-olímpicos. Mas com algumas provas, em geral, barcos pequenos, como o Single Skiff e o Double Skiff (um e dois remadores). Sendo que existem 6 tipos de barcos.
Outra oportunidade para classificar, é no último mundial antes dos Jogos, onde são abertas algumas vagas, onde em sua maioria ficam com os países europeus, que além de competirem em casa (os mundiais e copas do mundo sempre são na Europa), tem melhores condições de material e também treinamento.
Depois do mundial e dos pré-olímpicos, sobra essa competição que aconteceu essa semana, que em geral abrem-se 2 vagas por prova, ficando ainda mais difícil a classificação para um latino-americano.
O grande problema é que países com menos condições financeiras e como não dizer, com planos gestores incompetentes, não conseguem formar bons barcos e manter-los treinando para competir de igual para igual com os europeus e conseguir classificar lá fora.
A grande injustiça do esporte é justamente não haver oportunidades para classificar barcos “grandes” nos pré-olímpicos continentais, há anos um país latino-americano não consegue classificar uma guarnição grande para os Jogos, o último a conseguir esse feito, foi à Argentina em Sidney 2000.
Voltando a grande diferença de pensamento e gestão entre os três países que expus anteriormente, a Argentina e Portugal procuraram prepara-se para o mundial e último pré-olímpico realizado essa semana.
Não se contentaram em apenas pegar as migalhas dos países europeus, tentaram buscar lá fora, em terras estrangeiras as vagas olímpicas. Sinal de coragem e também de uma visão diferente, que visa justamente, o alto nível.
A Argentina preparou dois barcos para o pré-olímpico final, um Four Skiff (quatro remadores com 2 remos cada) e um Quatro sem timoneiro (quatro remadores com um remo cada). Portugal enviou um Double Skiff Peso Leve e o Brasil, não LEVOU NINGUÉM!
Os barcos argentinos chegaram até a final, sendo que o Quatro Sem ficou em 4° Lugar e o Four em 5°, não conseguiram as vagas, que eram apenas duas por prova. Mas chegaram muito perto. As bases desses barcos são de remadores jovens com vinte e poucos anos, que estão ganhando experiência e aprendendo, para daqui uns anos, conseguirem quebrar esse jejum e desafiar os gringos classificando em suas águas.
Portugal conseguiu classificar o Double Peso Leve, ficou em 2° lugar e conseguiu quebrar um jejum de 3 olimpíadas sem representantes no remo. O trabalho feito com essa guarnição veio desde a base, colocando para competir desde as divisões inferiores (em termos de idade). Deu resultado, para falar a verdade um ótimo resultado.
E Portugal, que se pode dizer que em termos de remo, é um “país latino” dentro da Europa, até ontem não tinha conseguido nenhuma vaga.
Cenário montado, vamos lá, aonde quero chegar.
Nas olimpíadas o remo tem um grande espaço, até por ser um esporte muito tradicional que está presente desde a primeira olimpíada da era moderna em 1896. São no total, juntando o Masculino e o Feminino, 16 medalhas de ouro há serem disputadas, com certeza um fator determinante para a corrida no quadro geral de medalhas.
Mas essa tradição toda pertence à Europa e alguns outros países, como EUA, Canadá, Austrália, China, etc. Países asiáticos, latinos-americanos, africanos não têm a menor chance e são absurdamente discriminados em oportunidades de classificação.
Para se classificar para os Jogos, a FISA (Instituição Internacional responsável pelo Remo), “montou” classificatórias olímpicas por zonas (continentais), os famosos pré-olímpicos. Mas com algumas provas, em geral, barcos pequenos, como o Single Skiff e o Double Skiff (um e dois remadores). Sendo que existem 6 tipos de barcos.
Outra oportunidade para classificar, é no último mundial antes dos Jogos, onde são abertas algumas vagas, onde em sua maioria ficam com os países europeus, que além de competirem em casa (os mundiais e copas do mundo sempre são na Europa), tem melhores condições de material e também treinamento.
Depois do mundial e dos pré-olímpicos, sobra essa competição que aconteceu essa semana, que em geral abrem-se 2 vagas por prova, ficando ainda mais difícil a classificação para um latino-americano.
O grande problema é que países com menos condições financeiras e como não dizer, com planos gestores incompetentes, não conseguem formar bons barcos e manter-los treinando para competir de igual para igual com os europeus e conseguir classificar lá fora.
A grande injustiça do esporte é justamente não haver oportunidades para classificar barcos “grandes” nos pré-olímpicos continentais, há anos um país latino-americano não consegue classificar uma guarnição grande para os Jogos, o último a conseguir esse feito, foi à Argentina em Sidney 2000.
Voltando a grande diferença de pensamento e gestão entre os três países que expus anteriormente, a Argentina e Portugal procuraram prepara-se para o mundial e último pré-olímpico realizado essa semana.
Não se contentaram em apenas pegar as migalhas dos países europeus, tentaram buscar lá fora, em terras estrangeiras as vagas olímpicas. Sinal de coragem e também de uma visão diferente, que visa justamente, o alto nível.
A Argentina preparou dois barcos para o pré-olímpico final, um Four Skiff (quatro remadores com 2 remos cada) e um Quatro sem timoneiro (quatro remadores com um remo cada). Portugal enviou um Double Skiff Peso Leve e o Brasil, não LEVOU NINGUÉM!
Os barcos argentinos chegaram até a final, sendo que o Quatro Sem ficou em 4° Lugar e o Four em 5°, não conseguiram as vagas, que eram apenas duas por prova. Mas chegaram muito perto. As bases desses barcos são de remadores jovens com vinte e poucos anos, que estão ganhando experiência e aprendendo, para daqui uns anos, conseguirem quebrar esse jejum e desafiar os gringos classificando em suas águas.
Portugal conseguiu classificar o Double Peso Leve, ficou em 2° lugar e conseguiu quebrar um jejum de 3 olimpíadas sem representantes no remo. O trabalho feito com essa guarnição veio desde a base, colocando para competir desde as divisões inferiores (em termos de idade). Deu resultado, para falar a verdade um ótimo resultado.
Já nosso Brasil, não preparou ninguém. Tivemos um pan-americano no Rio durante o ano passado onde foram criadas diversas guarnições, que poderiam ter sido mantidas e levadas para tentar classificar. Mas além da classificação, importante seria estar lá fora, mostrando interesse por vagas que não estão disponíveis a "nível latino", e também dando experiência a nova geração que esta surgindo.
Tudo isso é questão de gestão.
O Brasileiro tem por costume se acomodar, a falta de cultura em disputar provas lá fora é impressionante. Os brasileiros vão competir na Europa, em etapas da copa do mundo e até mesmo nos mundiais em anos olímpicos, e nada mais.
Dessa forma se cria um abismo entre o remo internacional e o nosso frágil remo. Um abismo técnico e psicológico e quando finalmente o brasileiro tem contato com o mundo exterior, BUM, fica tão impressionando com o nível estrangeiro que não consegue desempenhar com qualidade, amargando sempre as últimas colocações.
Não consigo entender por que não se criam planos olímpicos, para investir em uma nova geração, para que em alguns anos, visando longo prazo para resultados (detalhe difícil de aplicar em um país afoito por resultados) possamos estar entre os melhores, conseguindo “roubar” vagas dos europeus e norte americanos.
Dinheiro? Temos, com certeza, apenas temos que usá-lo de forma correta.
Material e estrutura? Temos também, pode nãos ser como lá fora, mas temos equipamento de boa qualidade em nosso país.
Profissionais competentes? COM TODA A CERTEZA!
Remadores? Sim, temos uma nova geração muito forte, e com muita vontade de vencer, de conseguir resultados. Só faltam oportunidades para essa garotada mostrar as caras lá fora.
Falta coragem e um plano real para nosso país, que vise à melhoria do esporte, com honestidade, dedicação e respeito, dando oportunidades reais para a nova geração de remadores que esta surgindo.
E para finalizar, também podemos citar a falta de união entre os países latinos-americanos, que talvez se fossem fortes como entidade esportiva, poderiam já a tempos, ter conseguido mais vagas para a nossa Zona Latina.
Fica ai, algo para pensar...
Tudo isso é questão de gestão.
O Brasileiro tem por costume se acomodar, a falta de cultura em disputar provas lá fora é impressionante. Os brasileiros vão competir na Europa, em etapas da copa do mundo e até mesmo nos mundiais em anos olímpicos, e nada mais.
Dessa forma se cria um abismo entre o remo internacional e o nosso frágil remo. Um abismo técnico e psicológico e quando finalmente o brasileiro tem contato com o mundo exterior, BUM, fica tão impressionando com o nível estrangeiro que não consegue desempenhar com qualidade, amargando sempre as últimas colocações.
Não consigo entender por que não se criam planos olímpicos, para investir em uma nova geração, para que em alguns anos, visando longo prazo para resultados (detalhe difícil de aplicar em um país afoito por resultados) possamos estar entre os melhores, conseguindo “roubar” vagas dos europeus e norte americanos.
Dinheiro? Temos, com certeza, apenas temos que usá-lo de forma correta.
Material e estrutura? Temos também, pode nãos ser como lá fora, mas temos equipamento de boa qualidade em nosso país.
Profissionais competentes? COM TODA A CERTEZA!
Remadores? Sim, temos uma nova geração muito forte, e com muita vontade de vencer, de conseguir resultados. Só faltam oportunidades para essa garotada mostrar as caras lá fora.
Falta coragem e um plano real para nosso país, que vise à melhoria do esporte, com honestidade, dedicação e respeito, dando oportunidades reais para a nova geração de remadores que esta surgindo.
E para finalizar, também podemos citar a falta de união entre os países latinos-americanos, que talvez se fossem fortes como entidade esportiva, poderiam já a tempos, ter conseguido mais vagas para a nossa Zona Latina.
Fica ai, algo para pensar...
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