segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Do Céu ao Inferno...



Acho que não dava para ser pior...
Essa é a frase que encontrei para descrever meu desempenho hoje. Sabe quando vemos atletas dando entrevistas dizendo, “hoje não era meu dia”, pois é, não sou muito chegado nesse tipo de desculpa, mas hoje, não foi meu dia.
Já comecei o dia mal, não consegui remar bem a eliminatória, onde classificavam os 3 primeiros de uma série de 5 barcos, coisa rara no remo, onde geralmente classifica-se nessa fase apenas o primeiro. Apesar da “moleza”, consegui ficar em 4° lugar e cai para a repescagem.
A repescagem foi embaixo de muito sol e ar seco, ao 12h20min (incrível como no esporte essas coisas acontecem, santa ignorância), consegui me classificar, vencendo a única bateria, podendo então disputar as semifinais da tarde, onde mais uma vez, me encontraria com um destino, um tanto quanto amargo.
Cai (talvez) na chave mais complicada, e não deu outra, um 5° e amarguíssimo lugar, e pela primeira vez na minha vida, fiquei de fora de uma final de campeonato (classificavam-se mais uma vez os 3 primeiros).
Do céu ao inferno em um dia. O pior é olhar para trás e ver o quanto me dediquei, o quanto treinei para essa competição (sempre o primeiro a entrar na água e o último a sair) e simplesmente ter um resultado pífio assim. Quando me perguntam a causa desse resultado, simplesmente não consigo explicar, encontrei o conforto de uma resposta na frase já mencionada acima, hoje não era meu dia...
Como diz meu ídolo Balboa, o importante, não é o quanto você bate, mas sim o quanto você agüenta (apanhar) e continuar em pé, é quanto você agüenta, cai e levanta e continua... Acho que nunca sofri uma “porrada” tão grande, uma frustração tão intensa, mas amanha tenho que levantar-me cedo para poder alinhar meu barco, para a disputa de uma inédita Final B (do 7° ao 12°), esquecer do sonho dourado de um retorno triunfal, que me motivou o ano inteiro (uma medalha nesse torneio), e tentar reerguer a cabeça, continuar...
ps: a imagem é do remador Rob Waddell, campeão olímpico em 2000, retirada no site oficial da seleção da Nova Zelandia de Remo, achei perfeita para ocasião, nem é preciso explicações né?!

2 comentários:

Anônimo disse...

Sim, isso é ser atleta... sim, isso acontece no esporte quando se chega ao mais alto nivel. Minimos detahes fazem a diferença. Mas não pode esquecer que 3 semanas atrás, e competindo contra os mesmos barcos de hoje, o resultado foi outro. Sim, sem dúvida foi um ano muito duro, de muito treino e dedicação, mas não é de modo algum um ano perdido.. muito pelo contrário, foram vários logros, várias conquistas, quer ver?: reconquistar o antigo corpo, perder mais de 10 quilos, recuperar a força e a determinação, e voltar mais uma vez disputando de perto com os maiores nomes do remo brasileiro... Não são "pequenas" essas conquistas, e vieram acompanhadas de algumas medalhas.. Não foram muitas, concordo, mas teu nome voltou a ser lembrado. "ele está voltando, somos fâs de Matias", escutei isso ontem na raia, de pessoas que nem conheço. Isso é o importante agora. Saber que está de volta... que tem uma torcida a tua espera, e que ainda tem trabalho a fazer para chegar lá. Então, não pode parar de acreditar. Não pode se render. Tem que endireitar o corpo, levantar a cabeça, respirar fundo... e ir enfrente !

Anônimo disse...

Perder é sempre amargo e doloroso. É revoltante, injusto, especialmente quando lutamos tanto.
Sabemos bem que o esporte (qualquer que seja) é inexato e, muitas vezes, surpreendente. Nem sempre o melhor vence.
Mas, o mais importante é manter o foco. Continuar batalhando, seguir o ritmo de trabalho, e ver o quanto já foi conquistado até aqui.
Uma medalha no peito é motivo de orgulho, admiração, reconhecimento por tanta dedicação. Mas a conquista de um título, de um trófeu ou medalha não é tudo. Nem é o mais importante. De verdade.
E já que você citou o Balboa, lembrei da frase que o Zé sempre usa: "lutadores lutam". Com todas as forças, com todo o empenho. Sempre. Até o fim.